Foi muito interessante o debate deste tema ... e necessitou-se conceituar mais o que significa o politicamente “correto” do “incorreto”, não apenas observado com mera semântica, mas sim buscando as dialéticas que dele advém e desta discussão.
Tudo aquilo que dizemos certamente trará consequências, algumas visíveis e outras que ficam obscuras. Quando tratamos de questões de fé, religiosidade, percebemos que há divergências, já que todos podemos ter um conceito, uma interpretação, sentimentos e a própria questão de fé mesmo, que se todos estes conceitos são certos e verdadeiros no ponto de vista individual, há a possibilidade mental de defesa desta ou daquela posição, e isso não descarta a necessidade de se valorizar mais o interlocutor do que sua atitude ou seus pensamentos. Podemos partilhar destes conceitos, ainda que de forma intelectual apenas, de fato podemos ser amplamente divergentes, contudo não se desfaz do respeito ao pensamento alheio.
Cabe lembrar, que é justamente neste momento que a exposição da diversidade de pensamentos reside a possibilidade de ampliação de visão e, inclusive, mudança de visão e aquisição de mais conceitos e novas ideias e ideais.
Sem este diálogo, sem a contraposição, os pré-paradigmas alcançam um patamar perigoso a ponto de se tornar insano nas tendências humanas apaixonadas em busca de aceitação impondo suas ideias. Hoje vemos que a tendência é de se aceitar prontamente conceitos pré-estabelecidos que nos são impostos (verificar Reflexão 2 - o caso dos “Macacos”), e o que é pior, sem questionamentos; aí, sem o “sinal de alerta”, a dificuldade de se estabelecer equilíbrio saudável no diálogo, nas relações, na vida, é comprometido, dando origem à “guerras” estúpidas.
Vemos esta tendência na sociedade que nos tem imposto, por vezes subliminarmente ideias e conceitos que vão se incorporando sutilmente na mente e corações das pessoas; na política – políticos que desviam os recursos para uma obra social a fim de implantar melhorias em suas fazendas faraônicas; na escola – professores impõem seus conteúdos de ensino e forma de avaliação que não atinge de forma satisfatória o desenvolvimento de seus alunos, que no autoritarismo não socializa seus saberes como produto do crescimento mútuo; na família – que tem seus conceitos impostos de forma totalitária dos pais aos filhos, sem que com isso possamos interagir na formulação de regras, bem com na extinção de algumas perniciosas na relação afetiva e moral que envolve seus componentes; na igreja, que não há civilidade nas suas divergências “culturais”, “espirituais”, não acentuamos aqui o conceito da aceitação ou até mesmo tolerância destas divergências, o que defendemos é o espaço amistoso das relações humanas, mesmo que, aos nossos olhos, o interlocutor seja “lançado no fogo do inferno”, “arderá no mármore do inferno”, ou outro conceito similar. O que deveria imperar é o amor à pessoa, ainda que repudiemos seu pensamento e atitudes.
Quando se manifestou o pedido de desculpas a Galileu, pelo fanatismo que se instalou em alguns líderes da igreja Católica que mais tarde reconhece seu erro, por se tratar de “organização” composta por seres humanos sujeitos a erros e aos fanatismos impostos por alguns abriu espaço ao amor e tolerância; lembramos também das indulgências que em dado momento da história também foram abolidos, por conta do “dedinho humano” entrar nos conceitos espirituais há desvios e poss; e quantos outros problemas causados pelo homem dentro da igreja Católica ainda serão desculpados; hoje há outras igrejas que levam pessoas à ruína financeira incutindo na cabeça de seus integrantes a ideia que quanto mais der a “Deus”, Ele irá recompensar naquilo que a pessoa necessita, deseja; outras vendem terrenos no céu ... e assim vai. Quantas desculpas ainda estão por chegar. Porém, PORÉM não se retira NUNCA a necessidade de focarmos o ser humano como plataforma de nosso amor ... e carinhosamente expormos nossos conceitos a fim de que mudanças, que supomos necessária, aconteçam de forma também amigável, amável.
Sentimo-nos traídos quando as divisas de um país são dilapidadas por grupos de políticos que fazem dos votos que receberam um patrimônio invejável por conta dos impostos arrecadados em cada palito de fósforo que se acende. Só, que na maioria das vezes, quando sabemos destes desmandos, meramente nos tornamos indignados, mas nada fazemos.
Quando se perguntou quais os candidatos a prefeito se conheciam, a maioria (de nós “Os Pensadores”) não sabia quem são, quando se perguntou sobre os vereadores, muito menos; o que dirá questionarmos qual é a plataforma de trabalho que eles apresentam. Parece que é tranquila a forma de sermos conduzidos suavemente ao matadouro, já que não há luta e consciência política sobre os assuntos que nos afetam.
Falar em politicamente correto ou incorreto está intimamente ligado a aspectos éticos, morais que nos são impostos, pois através destes conceitos há esta ou aquela reação, e pela reação que vemos, somos “inocentes”, “infantis”, “burrinhos” mesmos nas questões de enfrentamento das demandas sociais, pessoais e até mesmo espirituais.
Este despreparo afeta gerações, você e eu temos uma tarefa de fazermos diferença, pois, nosso futuro está ou estará sendo escrito por todos hoje, e as novas gerações que virão terão a tarefa de fazer os acertos naquilo que erramos ... mas para isso teremos que deixar um alicerce sólido na compreensão, na sabedoria, no amor, do equilíbrio que serão plantados hoje para que isso lhes seja possível.
Então ... Os Pensadores, estão no caminho certo.
Plante esta ideia.